sexta-feira, 11 de maio de 2012

O simples fascina



Vivemos na era da busca desenfreada pela felicidade, achamos que ela possa estar em todos os lugares, inclusive nos mais inusitados- num shopping center, perdoe-me os consumistas de plantão, mas com certeza ela há de estar bem longe das prateleiras de uma loja. Se assim fosse, seria muito fácil para os ricos!
Tudo parece tão perto, a sociedade digital nos faz tão próximos de tudo e todos- num tempo onde as pessoas mal se permitem contemplar o olhar do outro. É muita contradição para tamanha provável certeza do encontro da tão almejada felicidade! Ter a dimensão que coisas grandiosas existem, faz com que o simples passe cada vez mais sem ser notado.
Ah...quanta saudade do simples! Divina a luz do sol que me permita sentir em minha pele a cor que teus raios transbordam nas águas, nas plantas, no semblante das pessoas, sem precisar ser poéticos, o brilho do sol nos faz feliz sem nem mesmo sabermos. Experimentemos um dia em que parece tudo estar dando errado, a imagem ilustrativa do dia é um nascer cinzento de nuvens, onde não conseguimos enxergar muita coisa. Essas correlações entre claro e escuro não é ao acaso, é o simples emergindo em nosso ser, e mais uma vez, passando desapercebido.
Os dias de pouca luz também tem seu significado, muitas vezes eles nos aconchegam numa paz, numa sensação que tudo está caminhando a passos lentos. E assim, sem a vibração forte das cores ocasionada pelo brilho do sol, conseguimos perceber melhor a grande necessidade de ter tantas cores em nossa vida.
Diria que junto com a grande dificuldade em viver o sonhado momento simples, falta a crença da existência das pessoas que valorizam o simples, não sejamos hipócritas em afirmar que vivemos sozinhos. É do afago carinhoso, de um abraço forte, de um segurar de mãos, de um tocar na pele que conseguimos sentir o que nenhuma grandiosidade tecnológica seja capaz de nos causar.
Onde estão essas pessoas para olhar a lua e não somente contemplar  fotos da lua? Onde estão as pessoas que ficam felizes pura e simplesmente com a contemplação do mar? Onde estão as pessoas que não desejam pura e simplesmente fazer uma viagem internacional, mas que são capazes de viajar dentro de si ao lado de uma pessoa que ama? O sentir-se bem anda tão condicionado a momentos inéditos, a lugares nunca vistos, a andar com pessoas famosas, a distanciar-se do que não parece belo, que não valorizamos os gestos mais simples.
Aquele que consegue perceber a imensidão da apreciação de todas as formas de arte é um ser mais próximo da divindade, porque a arte se expressa exatamente nos gestos simples, nos sentimentos desarrazoados, no contentamento pelo riso num contemplamento de um olhar sincero. “Felizes os convidados a ceia (...) muitos serão chamados e poucos serão os escolhidos” – desejemos ser os convidados a ser feliz pelas coisas mais simples desta vida, assim tudo será grandioso!


quarta-feira, 9 de maio de 2012


Eu tenho vontade em ser mãe pela simples expressão do sorriso de minha mãe ao me vê feliz, terei certeza da plenitude da vida quando provar do amor condicional- isso é ser mãe ( assim vejo a minha). Imaginar que meu mundo pode estar desabando, mas ao ver meu filho precisando de minha força, eu reconstruirei o mundo pra ele se preciso for.

Talvez possa parecer estranho, falar do amor de mãe, sem mesmo ser, soltar frases como se mãe fosse, sem nem mesmo ter tido o privilégio de conceber a vida. Mas, mais estranho seria se eu não conseguisse imaginar tamanho amor, que entrou em mim quando nem eu mesma sabia quem seria, quando eu não tinha certeza de nada, apenas de que seria amada.

Aqueles que não tiveram a felicidade de crescer ao lado de sua mãe, tenho certeza que recebem um amor inenarrável do criador- de maneira que o preencherá capacitando-o a saber e sentir sem nem mesmo ter esse amor visível aos olhos. Aqueles que já perderam a forma física do ser mãe, nunca perdem o amor de mãe, pois este é vivo além de qualquer necessidade de existência, simplesmente é!

Engraçado...quantas vezes decepcionamos nossas mães? Ainda sem desejar decepcioná-la, e o que ela nos faz? Nos dá amor! É o ser mãe o maior responsável pela reprodução do amor aqui na Terra, se precisássemos do homem para entender o amor- perdão aqui aos seres do sexo masculino- estaríamos até hoje sem saber o que é amar! Não desmereço o amor de pai, nem de irmão, namorado, esposo ou companheiro, mas sejamos realistas, decifrar o amor foi o maior dom que Deus concebeu as mulheres!

Amar vem de dentro pra fora, transcende o físico, está muito além do olhar, está no que há de mais sensível da razão humana, e por mais contraditório que pareça relacionar razão e o amor,-não ignoremos essa possibilidade, sentimento sem razão é sensibilidade descabida, quem tem a capacidade de amar, sabe exatamente o que é o amor, ainda que em palavras não consiga decifrar.

Agradeço a minha mãe a oportunidade de saber o que é o amor, e mesmo sem ser mãe, sou capaz de corresponder a imensidão de seu sentimento em minha existência na certeza de que não seria capaz nem mesmo de escrever esse texto...sou Helena, porque sou filha de Marilze!

Feliz dia das mães!!!


sábado, 28 de abril de 2012




Aquele que tem palavras
Nunca é sozinho na estrada
E nem mesmo padece
Não se sente pesado
Pois consegue no meio das linhas
Desabafar as promessas do coração
Sente-se nu ainda que vestido
Consegue ver no espelho
O traço da face amada
E ainda que seja pontilhada
Permite-se no meio das horas
Contentar-se na imaginação
Contemplando o direito de sentir
E assim em meio a tantos fins
Consegue encontrar um começo
Apaixonando-se a cada dia
Pelo destino de ser vivo
Dentro da alma de um poeta!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Saiu assim...


Eu sou o extremo a sorrir...

Quando leio uma frase sábia

Eu sou o extremo a chorar...

Quando me arrancam o ar

E são desses momentos que eu me eternizo

Sorrindo por um coração sábio

Chorando por uma mente tola



[Eu não sei quem disse:

Existe o que não se vê

Foi o mesmo quem disse:

Eu enxergo o além

...do que existe em você!]



Eu canto uma canção

Ainda sem melodia

E esqueço as cifras escritas

Quando sua voz faz meu corpo padecer



[Eu não sei quem disse:

Existe o que não se vê

Foi o mesmo quem disse:

Eu enxergo o além

...do que existe em você!]



E em verdades duras eu sobrevivo

Mas as mentiras leves me deixam faminta

Eu tomo um “cálice de vinho tinto de sangue”

Escrevo uns versos

Regozijo-me da arte



[Eu não sei quem disse:

Existe o que não se vê

Foi o mesmo quem disse:

Eu enxergo o além

...do que existe em você!]



Aquele que não sabe admirar uma obra

É um cego por toda vida

Padece de uma famigerada fome

É um surdo artístico

Na mais hiperbólica rima

Não percebe um tom

Vive sem cantar

Ainda sem ser mudo



[Eu não sei quem disse:

Existe o que não se vê

Foi o mesmo quem disse:

Eu enxergo o além

...do que existe em você!]



Eu prefiro os extremos

A viver na matemática

Contabilizando positivos a negativos

E chegando nunca

Num zero a recomeçar

Ou no infinito a sonhar!










terça-feira, 13 de março de 2012

O sonho na luta


E se houve a espera

Mas nem mesmo percebe a demora

Tamanha sabedoria

Dá-lhe aquele que outrora

Olhando o horizonte

O via distante

E hoje no encontro

Resplandece em harmonia

Encontrando a paz

Como seu novo guia

Assim a fé resplandece

Um altar é montado

Onde nele é exortado

A luta de um sonhador

Que vive do encontro

E assim eu vou...

Amando um sonho

Sonhando um amor

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Coração em nuvens...


Fazendo esta poesia pro tempo me dar
O teu sorriso que me faz suspirar
E em tua voz caminho a sonhar
Como se teus suspiros fossem meu lar
É com o tempo que tenho
Que me coloco a acreditar
Nos teus mimos que me fazem delirar
Como se não tivesse idade
Pra sentir o que um coração
Se enche sem piedade
Das piegas da paixão:
Pura e sem maldade...



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma mensagem de fim de ano: Reflexão do amor




Momentos de reflexão, acompanham os sentimentos das pessoas nos tempos de final de ano, muitas vezes a reflexão é confraternizar com o outro, trocar sorrisos e abraços que não existiram durante todo o ano, desejar indiscriminadamente Feliz Natal e Um Novo ano cheio de realizações, quando nem mesmo conseguimos viver em paz com os membros de nossa A explosão de comemorações sem nem mesmo conseguir ter a certeza do que se passa dentro de si. Estamos em tempos que as pessoas acreditam que amam sem nem mesmo saber o que é o amor, e no meio de tanta euforia, no fundo existe um grande medo dentro de nós, e o medo é um produto da pouca capacidade de amar e por conseguinte ter fé. Nos achamos corajosos, mas condicionamos tanto o amor, é como se para senti-lo fosse preciso de tantos condicionamentos, como se ele precisasse de muita coisa pra sobreviver. E assim esquecemos que na verdade o que precisamos entender é que tudo  precisa do amor, e que ele é capaz de existir ainda que nada exista, basta apenas dois corações capazes de amar.
Nosso medo é tão grande, que nesta época corremos pra comprar presentes, como se o presente conseguisse mostrar nosso amor ao outro, quem não fica chateado por não conseguir comprar presentes pra todas as pessoas conhecidas? Se amássemos uns aos outros com tamanha vivacidade não teríamos esse temor, medo este que nos faz sentir a necessidade em achar que o outro ficará feliz com o presente.
Não estou aqui a dizer que um presente não nos faz sorrir, quanta hipocrisia estaria carregando nas palavras, o presente nos faz sorrir porque ele nos causa um sentimento de felicidade, porque somos criados a acreditar que os bens materiais representam muito, e involuntariamente sorrimos com aquilo que podemos tocar, e na maioria das vezes, presenteamos aqueles que temos afeto, mas não somos capazes de dar o amor. E porquê o amor é um sentimento tão bom e tão difícil de ser sentido pelo outro? E por favor, não venhamos dizer que carinho, afeto, e respeito- é amor, ele é muito mais que isso, é um desejo de um querer bem ao outro, tanto quanto nos desejamos, e isso é muito mais forte que podemos imaginar, esse querer bem é incondicional, está distante de conveniências criadas e condicionantes de tal sentimento.
Querendo exemplificar melhor essa falta de amor, pensemos nos jovens casais bem sucedidos do sec. XXI: namoram, até mesmo moram juntos, mas o casamento...Ah...o casamento “só” quando tiverem a casa dos sonhos, aquele tão esperado carro, aquele emprego maravilhoso, e a bendita lua de mel no exterior, e se não bastasse tudo isso o que vemos? O tão “inesperado” divórcio, que de inesperado não tem nada, afinal de contas, tudo aquilo que é tão condicionado não dura muito tempo, porque estável nesse vida só a instabilidade da própria!
Comparando tal exemplo, lembremos dos casamentos dos pais desses jovens casais do sec. XXI. Casavam-se sem a casa dos sonhos, muitos até iniciavam residindo na casa dos pais de um dos nubentes, não que achassem isso maravilhoso, mas porque não condicionavam o enlace matrimonial a tão afortunadas circunstâncias, e assim permitiam mostrar-se frágeis um ao outro, e o homem não detentor do brilhante emprego, muitas vezes até estudante, batalhava as conquistas juntamente com a mulher, que nem sempre era “dona” de suas  escolhas, ou tinha uma carreira profissional a obter, mas tinha a certeza de que o amor existia, e este sim, suportaria as adversidades que viessem a surgir.
Contraditórios esses exemplos, os velhos casais, tão sem condicionar o amor, e crédulos do que juntos poderiam conseguir, construíram casamentos sólidos, já os jovens casais do sec. XXI condicionaram tanto o amor, se mostraram tão fortes, potenciais detentores de conquistas profissionais, mas por serem tão analfabetos no conceito do amor, estão caminhando na intolerância das diferenças e buscando a “felicidade” num segundo enlace matrimonial, outros até desacreditam no grandioso sentimento, achando que um dia o viveu e foram infelizes, não sabendo que, em verdade, nunca souberam o que é “amar”.
Desejo, neste ano vindouro que tenhamos menos medo das relações, sejam elas amorosas ou de amizade, para que possamos aprender a amar, o amor é uma aprendizado dificílimo, mais complexo porque o titularizamos como um sentimento fácil de ser vivido, afinal, amar é o mais nobre e grandioso dos sentimentos, mas não nos enganemos, Atal sentimento não é fácil, porque somos humanos, e assim somos imperfeitos, e viver com as imperfeições no século do mundo digital é tão difícil quanto viver sem a tecnologia, tudo parece tão perfeito, as conquistas científicas são tamanhas, que dizer que temos defeitos é como colocar o produto fora da prateleira!
Aprendamos a amar esse produto fora da prateleira, porque somos muito imperfeitos, e ainda estamos muito longe de conseguir seguir o primeiro mandamento de Deus: “amai o próximo como a ti mesmo”, pois se fôssemos perfeitos, seríamos deuses e saberíamos sem dificuldades amar o próximo como nos amamos, pois assim o é Deus. Como não temos tamanha grandiosidade, nos esforcemos para desenvolver essa faculdade que Deus nos concedeu mais uma vez através do nascimento do seu filho Jesus Cristo, e tentemos a cada dia “amar como Jesus amou”!