quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma mensagem de fim de ano: Reflexão do amor




Momentos de reflexão, acompanham os sentimentos das pessoas nos tempos de final de ano, muitas vezes a reflexão é confraternizar com o outro, trocar sorrisos e abraços que não existiram durante todo o ano, desejar indiscriminadamente Feliz Natal e Um Novo ano cheio de realizações, quando nem mesmo conseguimos viver em paz com os membros de nossa A explosão de comemorações sem nem mesmo conseguir ter a certeza do que se passa dentro de si. Estamos em tempos que as pessoas acreditam que amam sem nem mesmo saber o que é o amor, e no meio de tanta euforia, no fundo existe um grande medo dentro de nós, e o medo é um produto da pouca capacidade de amar e por conseguinte ter fé. Nos achamos corajosos, mas condicionamos tanto o amor, é como se para senti-lo fosse preciso de tantos condicionamentos, como se ele precisasse de muita coisa pra sobreviver. E assim esquecemos que na verdade o que precisamos entender é que tudo  precisa do amor, e que ele é capaz de existir ainda que nada exista, basta apenas dois corações capazes de amar.
Nosso medo é tão grande, que nesta época corremos pra comprar presentes, como se o presente conseguisse mostrar nosso amor ao outro, quem não fica chateado por não conseguir comprar presentes pra todas as pessoas conhecidas? Se amássemos uns aos outros com tamanha vivacidade não teríamos esse temor, medo este que nos faz sentir a necessidade em achar que o outro ficará feliz com o presente.
Não estou aqui a dizer que um presente não nos faz sorrir, quanta hipocrisia estaria carregando nas palavras, o presente nos faz sorrir porque ele nos causa um sentimento de felicidade, porque somos criados a acreditar que os bens materiais representam muito, e involuntariamente sorrimos com aquilo que podemos tocar, e na maioria das vezes, presenteamos aqueles que temos afeto, mas não somos capazes de dar o amor. E porquê o amor é um sentimento tão bom e tão difícil de ser sentido pelo outro? E por favor, não venhamos dizer que carinho, afeto, e respeito- é amor, ele é muito mais que isso, é um desejo de um querer bem ao outro, tanto quanto nos desejamos, e isso é muito mais forte que podemos imaginar, esse querer bem é incondicional, está distante de conveniências criadas e condicionantes de tal sentimento.
Querendo exemplificar melhor essa falta de amor, pensemos nos jovens casais bem sucedidos do sec. XXI: namoram, até mesmo moram juntos, mas o casamento...Ah...o casamento “só” quando tiverem a casa dos sonhos, aquele tão esperado carro, aquele emprego maravilhoso, e a bendita lua de mel no exterior, e se não bastasse tudo isso o que vemos? O tão “inesperado” divórcio, que de inesperado não tem nada, afinal de contas, tudo aquilo que é tão condicionado não dura muito tempo, porque estável nesse vida só a instabilidade da própria!
Comparando tal exemplo, lembremos dos casamentos dos pais desses jovens casais do sec. XXI. Casavam-se sem a casa dos sonhos, muitos até iniciavam residindo na casa dos pais de um dos nubentes, não que achassem isso maravilhoso, mas porque não condicionavam o enlace matrimonial a tão afortunadas circunstâncias, e assim permitiam mostrar-se frágeis um ao outro, e o homem não detentor do brilhante emprego, muitas vezes até estudante, batalhava as conquistas juntamente com a mulher, que nem sempre era “dona” de suas  escolhas, ou tinha uma carreira profissional a obter, mas tinha a certeza de que o amor existia, e este sim, suportaria as adversidades que viessem a surgir.
Contraditórios esses exemplos, os velhos casais, tão sem condicionar o amor, e crédulos do que juntos poderiam conseguir, construíram casamentos sólidos, já os jovens casais do sec. XXI condicionaram tanto o amor, se mostraram tão fortes, potenciais detentores de conquistas profissionais, mas por serem tão analfabetos no conceito do amor, estão caminhando na intolerância das diferenças e buscando a “felicidade” num segundo enlace matrimonial, outros até desacreditam no grandioso sentimento, achando que um dia o viveu e foram infelizes, não sabendo que, em verdade, nunca souberam o que é “amar”.
Desejo, neste ano vindouro que tenhamos menos medo das relações, sejam elas amorosas ou de amizade, para que possamos aprender a amar, o amor é uma aprendizado dificílimo, mais complexo porque o titularizamos como um sentimento fácil de ser vivido, afinal, amar é o mais nobre e grandioso dos sentimentos, mas não nos enganemos, Atal sentimento não é fácil, porque somos humanos, e assim somos imperfeitos, e viver com as imperfeições no século do mundo digital é tão difícil quanto viver sem a tecnologia, tudo parece tão perfeito, as conquistas científicas são tamanhas, que dizer que temos defeitos é como colocar o produto fora da prateleira!
Aprendamos a amar esse produto fora da prateleira, porque somos muito imperfeitos, e ainda estamos muito longe de conseguir seguir o primeiro mandamento de Deus: “amai o próximo como a ti mesmo”, pois se fôssemos perfeitos, seríamos deuses e saberíamos sem dificuldades amar o próximo como nos amamos, pois assim o é Deus. Como não temos tamanha grandiosidade, nos esforcemos para desenvolver essa faculdade que Deus nos concedeu mais uma vez através do nascimento do seu filho Jesus Cristo, e tentemos a cada dia “amar como Jesus amou”!
 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os pedaços e as flores




Juntando os pedaços das cores
Organizando as cores despedaçadas
Reunindo  o ontem de nestante
Aprontando o nestante pra amanhã
Separando o hoje pra agora
Afinal é esta a minha única hora
Querendo uma vida dividida
Dividindo o de antes e mais nada
Não é assim que um quadro vou pintar
Muito menos um soneto formar
E se for pra mostrar somente a dor
O silêncio irei prostrar
E se o riso se esconde no caminho
Nunca disse que ele caminha sozinho
Ele está aqui ao meu lado
Mas me cansa mostrar só essa face
Cansei do que me enche e esvazia
Me enchi do vazio que se mostra
Caminhei no horizonte tolhido
E agora abro uma nova aurora
E aquelas cores voltaram
Não em pedaços, mas em pétalas
E os destroços suaves
Fizeram as flores de minha primavera!

domingo, 23 de outubro de 2011

Você



Eu queria mesmo olhar pro lado
Te ver em  minha frente
Desaguar em teus braços
E diminuir essa saudade presente
Sentindo falta do beijo que não tive
Desejando o abraço tão sonhado
Querendo apenas o colo
É apenas isso que minha vida insiste
Em querer e nunca mais perder...
Você!

domingo, 16 de outubro de 2011

Contemplando


Um cheiro forte de história
Um gosto saboroso de arte
Uma magia contagiando o ambiente
Uma volta no tempo estando no presente
Um pedaço de gente no papel
Um calor de emoção a contaminar
É o sublime do subjetivismo a brilhar
Conversando consigo mesmo
Como se dialogasse com o seu olhar
E em silêncio contemplativo
Admirando o que a arte quer dizer
Adentrando na mente daquele que a faz
E dizendo ao coração o que ele é capaz
Sorrir do que um dia foi triste
Contemplando o belo
Por todo e qualquer lugar que existe!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma profundidade de sensações



Uma imaginação tão fluída, adentrou em meu ser, como a gota de um orvalho a despir-se de uma flor, e assim adentrando em meu ímpeto fui transformando lembranças ainda não vividas neste corpo por sensações vividas de momentos mágicos.
Sublime acreditar que somos capazes de sonhar um mesmo momento, permitindo uma conexão em perfeito sintonia- diria até: pura sinestesia! E assim desmistificamos as leis fisio-químicas, transformando uma mistura sólida líquida numa única gasosa, nos encontrando pelos olhos que nem mesmo o mundo é capaz de ver, mas que nosso interno ser é capaz de compreender, fazendo nossos desejos tornarem-se vivos -como se corpóreos fôssemos no exato momento que fechamos os olhos que nos impedem de enxergarmos  o outro.
Que mágico! Nosso olhares se entrelaçam no infinito de nossa capacidade de criar, fazendo-nos despir deste corpo que vos fala, deixa-nos nus até mesmo de alma, sendo transparente e compartilhando nossos mais secretos ensejos de queremos simplesmente um forte abraço. Ah...um abraço sentido mais forte que a força de nossos braços possam conseguir, na necessária força que nossos corações precisam para ter um só compasso.
Neste momento, respiramos fundo, para não descontrolarmos nossa sintonia, é tão forte e tão sublime, que qualquer ato fugaz nos distancia, pois precisamos encontrar a sensibilidade de cada parte que nosso corpo precisa ter pra transcender e nos permitir estarmos juntos quando nossas mãos ainda estão impossibilitadas de tocar um ao outro.
Sim...dizemos um sim ao encontro de nossos pensamentos, e vivemos da mágica aquilo que muitas vezes, nossos corpos físicos não conseguiram sentir tantas outras, e por isso temos a certeza, que não precisamos de condutas convencionais para sentir um real desejo da alma. É tão puro, que a avassaladora busca sem procura, nos fez o encontro de um só.
E neste encontro tão cálido, já respiramos profundamente, diversas vezes, e num caminho reverso, já nos encontramos da forma mais sublime possível, e por uma necessidade de nossas almas, e não de nossos corpos, queremos nos solidificar novamente, voltando a ser exatamente eu e você, e alimentados dos mais imaginários reais pensamentos, poderemos ter agora, neste momento, um real imaginário beijo, como nunca antes vivido!

domingo, 9 de outubro de 2011

A chuva...



Um chuva caindo
Uma música ainda não escutada
Um alguém que nem mesmo toquei
E a certeza de que tua pele
É tão peculiar e conhecida pela minha
E a chuva continua a cair
Fazendo-me não conseguir comparar
O que poderia ser semelhante
 Sensação das gotas de chuva a cair
Escorrendo por minha pele
Fazendo-me arrepiar a alma
Ao conseguir sonhar
Com a água da chuva a nos banhar
Numa noite estrelada
Iluminada por uma lua cheia
Sentindo a brisa do mar a nos tocar
E num abraço forte me compadecer
Ao compasso de tua respiração
Fazendo a minha mudar o rumo
E chegar aí...
Exatamente onde eu não posso ir!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Uma cama e uma coberta, você e eu



Quantos risos nesta cama
Ou seria aí? Em sua cama?
Seria aqui em minha coberta?
Ou seria minha coberta bem aí?
Confesso que suspiros de imaginação
Combinaram para nos mostrar
O que o tempo é capaz de fazer
E o quão a distância é insignificante
Dois corpos em suas camas
Dois abraços em seus travesseiros
Uma coberta de criatividade a nos unir
Ah...se estivéssemos próximos
Próximos  seríamos ainda assim?
Tamanha magia não nos inebriaria
Mas, quando a realidade nos circundasse
O que nos aconteceria?
Saberíamos exatamente...
Onde colocar os travesseiros e o cobertor
“A critério seu” e a “desejo meu”
Entenderíamos com a sensibilidade
O que nossos braços não soubessem conduzir
E ao fechar os olhos, eu que diria:
-“Como assim?”
Chegou tão perto de mim?!
E você silenciaria abraçando-me,
Sussurrando apenas:

-“Obrigado”!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A flor...

Alguma coisa acontece
A alma se apetece no olhar
Um cheiro de chuva a banhar
Na riqueza infinita do que ouço
Sem mesmo saber ao certo
O que a voz tem a dizer
E o que ela é capaz de fazer sentir
E assim o coração inebria
A energia da sinestesia
Sente-se o que desconhece
Conhece-se o que está por vir
E de tom em tom aflora
A mais nova aurora
Como uma flor a desabrochar!

sábado, 17 de setembro de 2011

Uns versos, poucas palavras e um grande desejo:


Em lágrimas eu procuro
Aquilo que nem eu mesma sei o que é
No fundo eu quero aquele abraço
Que não me peça palavras
E me aceite assim
Com todos estes meus defeitos
E assim desejasse meu perfume
Que soubesse sorrir pra limpar meu choro
Levantasse simplesmente pra dizer que sou teu bem

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O amor também "envelhece"


Eu queria entender algo simples...1+1=2, por que duas pessoas que se gostam não ficam juntas? Será que é mais fácil complicar que viver algo simples? Acredito que estamos vivendo num mundo tão paradoxal, onde o que é valorado hoje, talvez não o seja amanhã, que criar um conceito do que faz bem torna-se algo relativo, já que todo mundo a cada dia sabe mais sobre o mundo e mesmo tendo tanto conhecimento o que se consegue somar é o medo pelo desconhecido.
Quanto menos se sabe de algo, mais destemido se é para buscá-lo, quanto mais controle se tem pela razão, menos se consegue abraçar o concreto. Aquele ditado “criança não tem medo do perigo”  é uma pura verdade, quem tem medo é o adulto, aquele que tem mais controle da situação e se diz ser mais dono das convicções. Existe algo mais louco que ter medo quando se tem mais conhecimento? Assim, os relacionamentos tendem- cada vez mais –serem menos arriscados, e para que sejam menos arriscados devem ser fugazes e preenchidos de pouco sentimento, vive-se tranquilo pra dizer que está bem, quando na verdade, vive-se na incerteza para dizer que não é refém dos sentimentos.
Ah...que delícia de relacionamentos...tem-se medo de ser refém dos sentimentos, mas não se tem medo de ser refém da falta de sentimentos. Patrocinamos o “carpe diem” como se o mundo fosse acabar no próximo instante, e o que é pra ser vivido com intensidade é algo que ficou para nossos avós. Se pararmos para pensar hoje, num grande exemplo de amor, provavelmente não iremos nos remeter a uma história de nossos jovens amigos, eles podem até ter relacionamentos duradouros, falidos, mas vivos, estes são menos censurados que os términos, o tão temido término! É brutal por fim a algo que não mais dá certo, não suportamos a dor de dizermos para nós mesmos: “não deu certo”, para podermos ser livre para encontrar aquele que nos faça feliz!
E para ajudar o nosso coração moderno, quando conseguimos dizer que “não deu certo” -passamos a acreditar que tudo lá na frente pode dar errado, e por pensar em “errar” mais uma vez, evitamos viver novamente uma provável verdadeira história de amor. Quando chegará o momento que vamos amar a essência e não a conveniência? Vamos continuar dando prosseguimento aos conceitos moralmente corretos, mantendo-nos infelizes? Ou será que a felicidade eterna está na alma bestificada pelos prazeres da carne? Precisamos nos preparar para que o amor seja capaz de envelhecer conosco.
Vamos acreditar, ou pelo menos tentar acreditar naquele que lhe erguer a mão, te dar um abraço, abrir o coração e ser capaz de na tua velhice te chamar de meu amor!

terça-feira, 26 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

As flores do desapego



As vezes precisamos nos desapegar daqueles que nos fazem sorrir por instantes , daqueles que nos rancam um lágrima necessária e até mesmo daqueles que amamos de verdade. Falo aqui de um desapego momentâneo, que demonstra na verdade um sentimento verdadeiro, pois só é capaz de desapegar-se aquele que é provido de emoções fortes o suficiente para conseguir viver sem aqueles que lhe são importantes, pelo tempo que for necessário para cumprir uma determinada missão.
O ato de desapegar, demonstra a plenitude da certeza de uma relação, a segurança, algo completamente diferente do ciúme ou da falta de sentimento pelo ente que se distancia por algum motivo. Saber que pode “desconectar-se”, sem pensar que está se desligando, simplesmente porque tem certeza, que aqueles que realmente nos ama de verdade, ou gosta o suficiente para suportar a distância, continua ali.
Estas são palavras minhas a todos aqueles que podem compartilhar o meu sorriso, que não é mais ou menos grandioso do que o de ninguém, mas é o que de mais verdadeiro posso transmitir, dizem que vivo sorrindo, essa é uma grande verdade, mas compartilhar o meu sorriso, com certeza só aqueles que acredito que merecem. E é o fato de saber sorrir, que me faz ter a certeza, que posso sumir por uns tempos, que continuarei sendo cativada pelo carinho que um dia plantei em cada um que passou pelo meu jardim. E olha que meu jardim tem flores bem vibrantes! Mas, tem espinhos também...e aqueles que gostam de minhas flores e meus espinhos, com certeza, já tiveram a oportunidade de dar boas risadas ao meu lado.
Essa semana, depois de passar e estar passando, e talvez venha passar por um período mais distante de alguns que passaram por meu jardim, percebi que realmente sou querida pelo que te bom passei pelos visitantes dele, e vi que estes, coincidentemente ou não, acho até melhor falar em providência, apareceram em meu jardim dizendo que querem brincar com minhas novas flores e saber como elas estão. A estes, que sabem, o quanto que prezo, quero dizer que meu jardim, continua aqui, receptivo a receber os pólens de cada um de vocês que o tornam mais belo- até mesmo aqueles que fazem minhas flores desenvolverem mais espinhos.
E é assim, sorrindo e espalhando cores, que a gente percebe o quanto atraímos histórias engraçadas...E vou compartilhar uma história boba, que me vem a memória neste instante, mas que foi bem inusitada e me fez rir. Estou eu, caminhando pela frente da biblioteca, quando no passeio encontro um senhor de boa idade( devia ter mais de 60 anos), vestido com um traje bastante jovial, um óculos de sol, uma blusa justinha, uma tatuagem, seus cabelos grisalhos- uma figura irreverente!(risos)...Talvez muito tenham passado, olhando e reprovando ou indagando...e eu o que fiz? Simplesmente não contive meu sorriso e virei para a pessoa que me acompanhava ao lado e disse: que figura!!!O senhor viu o que falei, e também sorriu...Mal levantei a vista, no segundo seguinte, um outro senhor, bem velhinho, com uma bengala, um ar de doido, viu minha risada, sorriu pra mim e fez questão de cruzar o meu caminho, daquele jeito que nos faz tentar sair da frente para não “se bater” com a pessoa...(risos)...E sabe o que ele fez? Viu que me impedia de continuar andando, me olhou de um jeito que estava me admirando, e deu uma boa risada...mais uma vez eu não me contive e disse: Eu atraio cada figura!
Isto não seria uma providência, será que aquele senhor de bengala não precisava dar um sorriso desprovido de qualquer interesse? Será que se fosse outra pessoa não diria: “que velho chato e gaiato”, confesso que achei a atitude corajosa, em tentar, mesmo de bengala, impedir que eu andasse, só pra rir na minha frente, e pensei em ficar desconcertada, mas achei melhor, simplesmente sorrir, e com um sorriso, fui recebida.
O que queria dizer, mesmo depois de ter passado o dia do amigo, que quero continuar sorrindo com todos que frequentam meu jardim, desde aqueles que me ajudam a polenizar as flores, até aqueles que simplesmente passam por elas para tirarem fotos, todos, de sua maneira, são importantes, para mim, e hoje, vem dizer: muito obrigada por fazerem parte de minha vida!
Desapeguemos de todas as coisas, quando tivermos a certeza, que as flores podem até murchar, mas as suas cores serão sempre vivas, fazendo vir novos pólens a trazer as cores mais vibrantes a todos que passaram e até mesmo aqueles que ainda estarão por vir.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um tempo do tempo

As vezes o tempo nos remete um tempo, um tempo para pensar neste momento, oriundo de um tempo de ontem que insiste em querer existir no amanhã. Busca-se tanto um futuro diferente do momento passado, que o "pobre" presente se "apetece" em tantos desabafos.
Encontra-se o que não é buscado, e busca-se o que não é encontrado, luta-se ainda assim acreditando- que este mundo há de deixar de ser mundano. E no dia que todas as coisas tornarem-se gente, no mesmo instante que essa gente deixar de ser coisificada, tudo estará no seu devido lugar. E veremos em vez do sol, os raios luminosos

Versos simples

Prometo escrever versos simples
Ouvir músicas serenas
Sentir o perfume das flores
Caminhar mansamente
Ter poucas palavras as perguntas
Falar bastante com o silêncio
Refazer-me como o sol ao amanhecer
E acreditar que a primavera está por vir
E novos versos virão
Não tão mais simples como antes
Mas menos complexos como agora
O outono já chega ao fim
E o que vejo é o verde do jardim
Dizendo-me que o frio vem logo depois
E aqueles novos versos simples
Hão de tornar-se no cobertor do inverno
Serão densos e complexos
Irão aquecer-me por todo o inverno
E aí desejarei novamente, aqueles versos simples
Pois com eles posso despir-me e não sentir frio
Posso chorar sem sentir dor
E sorrir sem sentir-me patética
Acredito até que posso esperar mais quatro estações
E quantas tantas outras o tempo me permitir
Pois serão os versos simples
Que farão perceber
Que entre tantos
Eu hei de amar: você!
 Passei tantas outras estações
A crer que o amor estava nos versos complexos
Era eu quem não te conhecia
E com a paixão te confundia
Fazendo-me distanciar todas as vezes que me seguia
Mas agora estou aqui
Pronta a repousar-me em meus versos simples
Contados pelo o sábio tempo
Que me ensinou
O momento certo de te receber em meu alento

Um coração "louco"

Que coisa mais louca
Sentir algo por quem não se vê
Imaginar alguém sem ao menos tocar
Acreditar em alguém sem ter certeza alguma
Pensar do nada e procurar uma razão por ter pensado
Que esse alguém é especial
E teria sempre que haver razão
Nas “coisas feitas pelo coração”
E quem irá dizer “ que não existe razão”?
Já dizia Legião Urbana!
Quantas vezes temos tantas razões pra gostar de alguém e não gostamos
Por que não encontramos razão alguma para gostarmos de alguém?
Qual será a razão de tudo isso?
Quanto mais afirmações hei de fazer, mais dúvidas hão de vir
E o que parece é que quanto mais dúvidas tenho, mas próximo fico do criei de ti
E de ti só vejo o que me faz sorrir
Só sinto uma saudade do que nunca tive
Desenho na imaginação seus traços
E vejo nos meus um encanto de um canto
Cantado por meu coração quem nem mesmo sabe cantar...


terça-feira, 5 de julho de 2011

Desacompanhado da solidão

Eu não sei vocês, mas eu preciso de um tempo para viver fora do que eu vivo todos os dias...(risos), se passo um longo período concentrada em um objetivo, para conseguir continuar na luta, preciso recuar e passar dias esquecendo que tenho aquela meta, como uma bateria que precisa ser recarregada. E depois dos dias do repouso, preciso sentir o marasmo da quietude para ir retomando a cada dia com mais vontade pelo que mais almejo.
Acredito que bem assim são nossos relacionamentos, precisamos dos momentos de discussões infindáveis para termos a certeza do quanto a paz é importante; outras vezes necessitamos de um pouco de fuga do que seja um relacionamento, para termos a certeza de que viver sozinho é muito chato. Esses dias li uma manchete que dizia: “solidão é para os gênios”, realmente, deve ser, como eu sou desprovida dessa genialidade, afirmo com tranquilidade que odeio viver só.
Acho cômico aqueles que dizem: “estou ótimo sozinho!”, será que está sozinho ou encontra-se sem alguém porque não conseguiu se encontrar? Todo feliz sozinho vive na nostalgia das boas ou más lembranças, só pra dizer que não precisa de ninguém pra ser feliz. Quanta hipocrisia! Se fosse para vivermos sozinho Deus teria feito apenas Adão, ou apenas Eva! Precisamos na verdade, sabermos primeiro que não vivemos sozinhos- isso já é um grande passo! Os que dizem que vivem bem sozinhos devem ser assexuados, que tal virarem estrelas -do -mar?(risos)
Voltando ao mundo das metas, o mesmo se aplica- ou existe caminho mais árduo do que aquele que se percorre sozinho? Buscar uma meta sem adversários, concorrentes, ou futuros colegas, deve ser o que de mais enfadonho existe . Imaginem só, aquela corrida disputada onde o único corredor é você? Deve ser uma maravilha, né? Correr em busca da chegada sem o calor da emoção daqueles que correm junto com você!
Mas tudo bem, se você é um daqueles que acha fantástico criar uma “mulher invisível”, acho uma excelente maneira de satisfação pessoal, o que não dá é sair por aí, na fugacidade dos relacionamentos, numa busca abrupta para se preencher e dizer que precisa ficar sozinho! E se você também é capaz de viver sem uma meta, seja ela qual for, sua vida não deixa de ser uma eterna busca, sabe-se lá pelo que busca, mas mesmo sem ter essa consciência da luta, o simples fato de dizer que não tem uma meta, já é um longo caminho!
Estas são palavras de um homem ou de uma mulher que, independente do sexo, sabe que a vida é muito insossa sozinha e sem uma busca!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Admiração

Ato de contemplação
Tamanha dificuldade
Em se permitir ver o belo
Admira-se a surpresa
Em surpreender-se pela mesmice
Da falta de encanto
Até ouvir teu pranto
E não mais entender
O que faz tanta falta de brilho
Nuns olhos tão brilhantes
Como se fosse preciso mostrar
Que o incrível da vida
É poder contemplar
O que a falta de tempo
Impede em todos os momentos
E assim a conquista fica relativa
Poucas horas tornam-se imensuráveis
O que poderia ser vivido em anos
Vive-se em algumas horas
E assim se perde a aurora
Pois logo chega o crepúsculo
E procurar o brilho neste instante
É no mínimo distante
Para encontrar-me
Pois caminho em busca do sol
Que está logo ali na frente
Onde teu sorriso
Teimou em passar distante
Mas meu choro passou errante
Em busca de uma lágrima feliz
Que é derramada por poucos
Que conseguem ver beleza
Em sorrir e chorar
Quando a vida assim mostrar
Que é preciso para admirar!
P.S: Os animais ainda sabem admirar!!!- Olha que lindo...2 irmãos...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A vida no lençol

Sempre que começo escrever, o mundo desaparece e surge um pouco de um mundo que não existe logo atrás daquela cortina que não deixa o sol entrar no meu quarto. Talvez seja isso, culpa da cortina! Vou abri-la um pouco, não que meu quarto fique todo claro, mas que uns feixes de luz adentre.
Mas queria saber de uma coisa...quando eles entrarem, o que vou fazer? Será que já estou pronta para a luminosidade, ou o melhor que faço é não ver exatamente tudo que está lá fora? É tanta mentira no meio de poucas verdades, é tanto medo no meio de pouca coragem, é tanta condição no meio de pouca certeza, é muita “desculpa” pra pouca razão, é muito silêncio para tantas palavras, é muita inércia pra tanto movimento! É muita sobra pra pouca falta, ou pouca sobra pra muita falta?
A vida vai passando pela janela de meu quarto e não tenho tempo nem mesmo de avisar que estou aqui, é uma busca incessante pelo que ainda não se tem, e uma saudade imensurável pelo o que de bom já existiu. Mas o que tenho hoje é o presente de viver, um momento que é o único -que é real, mas que passa tão despercebido. Eu quero é abrir toda a cortina, escancarar a janela e deixar o sol entrar completamente em meu quarto, quero até sentir calor, e se por ventura o tempo fechar, quero que a chuva molhe os lençóis de minha cama, porque cansa sentir pouco por medo da chuva entrar. O que seria umas gotas de água da chuva no meu lençol branco, limpo e devidamente arrumado? Seria simplesmente um lençol molhado! E caso eu queira depois vê-lo seco, basta pendurá-lo no varal.
O que não posso é pendurar as expectativas de ver o lençol molhado, sem elas eu não crio vontades, e sem vontade...ah...sem vontade a vida não tem muita graça, é como tirar da criança o brinquedo que ela tanto gosta! A vontade nos move, ela só não nos leva imediatamente onde desejamos, mas ela nos impulsiona a chegarmos, nos faz ver o inatingível ser contemplado. Pena que somos tão covardes, o medo de receber o não nos impede de ir em busca do sim, tamanha pequenez não acreditar que é possível ser grande, basta sentir de verdade!
Xi...Está aí, sentir de verdade? E se sente de mentira? O pior que sente! É tanta gente fingindo que ama pra ser amado, fingindo que sabe pra ser notado, fingindo que é “gente” pra agir como animal, fingindo sorrir pra causar a tristeza...nossa! Quanto pessimismo!
Calma...tem gente que ama, que chora, que abraça, que apoia, que se torna cumplice até mesmo nos momentos de derrota e que consegue ver que tudo pode ser diferente. Experimenta pegar o lençol molhado, vá...caminhe, nunca fez isso? A hora é agora! Quando ele secar, deixa mais uma vez a chuva cair, e deixa quantas vezes for preciso para que ele seja lavado com a água da chuva, sem que você precise lavar com suas mãos, quanto mais natural for o processo de lavagem do lençol, mas certa estará sua consciência de que caminhou exatamente todo o percurso, de “sol a sol”, de “chuva a chuva”, o arco-íris chega quando menos se espera, e menos se espera exatamente porque a chegada do arco-íris se torna normal tal qual a chuva, tal qual o sol, e assim todos os momentos de sua vida se tornam especiais, simplesmente por serem únicos!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Como eu queria...

Como eu queria
Uma lua cheia a me iluminar
Um céu estrelado a contemplar
Tua voz a mim inspirar
E tua atenção a me ouvir
Os prantos de um pranto que não era teu
Uns prantos que me fez ter na lembrança
Ao menos pelos instantes que ouvia tua voz
Perdia-me nela de tão linda
E teu abraço tão sincero
Parecia um anjo de tão singelo
E eu aqui deixei ir
A emoção que só aquela viola trazia
E que em teus cantos sonhei
Um amor de outro tanto
E de tanto sonhar, esqueci de te amar como devia
E hoje aquele que dizia ser amor passou
E tu, és eternamente vivo em meu coração
Como um grande amor, incondicional a qualquer apego
Certo como talvez nenhum outro
E ainda que não tenha o mesmo cenário
Com o teu abraço, tenho certeza
Que tudo valeu a pena
E quantas outras canções viessem
A me recordar o quanto sou feliz
Por ter você em minha vida!

sábado, 23 de abril de 2011

A chama, o cálice e o pão

A chama da vela
O vinho do cálice
O pão da ceia
A crença na chama
O temor ao cálice
O agradecimento do pai
A procura da fé
A dor do cálice
A traição da ceia
E vem novamente
A chama da vela
Agora inundando os corações de pouca fé
O cálice de vinho derramando o sangue pelo perdão
O compartilhar do pão aqueles famintos
Forte como a chama da vela que se faz a luz do mundo
Resistindo as guerras invocadas por seu nome
Levando o pão aos que cuspiram em seu corpo
Afasta esse cálice de sangue que cobre a mente dos perversos
Dai a estes a oportunidade de saber o quão maravilhoso é
Viver sob a luz que inebria a alma eterna
Fazei de Jesus o nosso elo com Deus
Perdoai aqueles que apagaram a chama da vela
Perdoai aqueles que derramaram o cálice de sangue
Perdoai aqueles que traíram o “pão” da santa ceia!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

...

Um dia assim
De poucas palavras
Um tanto de silêncio
E o meu sentimento
No estado mais absoluto
A procura de um canto desconhecido
E se ele não existir
Eu procuro outro dia
Com mais um tanto de palavras
E mais um pouco de silêncio
Onde eu possa encontrar minha fé
E saber que estás bem aqui
Tão perto
Onde não é preciso esforço
Mas enquanto houver inquietude
Será bem mais difícil
Entender que o meu coração é tua morada!

domingo, 17 de abril de 2011

Questionamentos

Onde estão os valores que aprendi que existiam?
Onde estão as pessoas com boas intenções desprovidas de interesse?
Onde está a paz que tanto desejamos?
Onde vive a solidariedade tão almejada?
Onde estão as pessoas que não pensam nos bens que possuem?
Qual será o legado que deixaremos a nossos filhos?
Um pedaço de terra deste latifúndio?
O apego ao que pode ser tocado é tão forte
Sendo esquecido exatamente o que mais importa: o intocável
Aquilo que de fato é o que engrandece nossa alma
No fundo caminhamos a procura de uma resposta material
Para que o mundo perceba que existimos
E aí sim, ao sermos notados, receberemos aquilo que cada um convém dar
Seja um abraço, um riso, um olhar sincero, um beijo e até mesmo um aconchego
E o que fazer com aqueles que não conseguem ter a matéria almejada pelo meio social?
Onde encontram o abraço, o riso, o olhar sincero, o beijo e o aconchego?
Se os valores invocados neste mundo viessem de dentro pra fora
Todos seríamos felizes incondicionalmente
Seria possível viver tão despretensiosamente?
Não diria despretensiosamente, pois deve existir pretensão para adquirir um sorriso do outro o tanto quanto há pretensão para comprar um bem material, a grande diferença é que a nossa cultura do apego, nos faz sermos refém daquilo que nos é imposto, e realmente somos muito hipócritas, e fazemos projetos sociais defendendo na verdade a alma econômica de uma grande empresa, e se prestarmos muito atenção, veremos que o apego é tão superior a nossa razão que se nos fizermos uma pergunta do tipo: “será que eu abracei uma criança carente alguma das vezes que lhe dei uma esmola?”- com certeza a resposta será não, vez que a cultura do apego é tamanha, a ponto de acharmos que as míseras moedas que damos é o suficiente para calar a boca do pedinte. Podemos até calar a boca do pedinte, mas o sentimento de desprezo aqueles que estão a margem da sociedade, este sim, com moedas não conseguiremos nada resolver. É tão simples, mas parece tão difícil, condicionamos tanto o amor, que amar até mesmo aquilo nos convém- com as características aplaudidas pelo seio social- já é difícil, quiçá amar o desconhecido marginalizado.
Onde está este sentimento amargo dentro de nós? O qual até nos faz nos livrarmos do apego material e darmos umas moedas para um necessitado, mas não nos faz capaz de doar um abraço, um sorriso, um afago aqueles que precisam. Sabe porquê não conseguimos? Somos vazios do amor incondicional, como vamos doá-lo se não temos?
As moedas chegam até sobrar, e doamos...mas uma mão pra ajudar a levantar, essa está cada vez mais deixando de existir. E assim, o que seria fácil- dar um abraço, se torna tão difícil, e o que seria difícil- ter “umas moedas”, se torna tão fácil, que estamos nos apegando e nos desapegando de maneira que os valores estão sendo desvirtuados, e se não tentarmos resgatar o essencial, vai chegar o dia que o amor vai ser uma convenção jurídica, aí sim, teremos um problema, ele não passará de uma lei morta!