terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os pedaços e as flores




Juntando os pedaços das cores
Organizando as cores despedaçadas
Reunindo  o ontem de nestante
Aprontando o nestante pra amanhã
Separando o hoje pra agora
Afinal é esta a minha única hora
Querendo uma vida dividida
Dividindo o de antes e mais nada
Não é assim que um quadro vou pintar
Muito menos um soneto formar
E se for pra mostrar somente a dor
O silêncio irei prostrar
E se o riso se esconde no caminho
Nunca disse que ele caminha sozinho
Ele está aqui ao meu lado
Mas me cansa mostrar só essa face
Cansei do que me enche e esvazia
Me enchi do vazio que se mostra
Caminhei no horizonte tolhido
E agora abro uma nova aurora
E aquelas cores voltaram
Não em pedaços, mas em pétalas
E os destroços suaves
Fizeram as flores de minha primavera!

domingo, 23 de outubro de 2011

Você



Eu queria mesmo olhar pro lado
Te ver em  minha frente
Desaguar em teus braços
E diminuir essa saudade presente
Sentindo falta do beijo que não tive
Desejando o abraço tão sonhado
Querendo apenas o colo
É apenas isso que minha vida insiste
Em querer e nunca mais perder...
Você!

domingo, 16 de outubro de 2011

Contemplando


Um cheiro forte de história
Um gosto saboroso de arte
Uma magia contagiando o ambiente
Uma volta no tempo estando no presente
Um pedaço de gente no papel
Um calor de emoção a contaminar
É o sublime do subjetivismo a brilhar
Conversando consigo mesmo
Como se dialogasse com o seu olhar
E em silêncio contemplativo
Admirando o que a arte quer dizer
Adentrando na mente daquele que a faz
E dizendo ao coração o que ele é capaz
Sorrir do que um dia foi triste
Contemplando o belo
Por todo e qualquer lugar que existe!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma profundidade de sensações



Uma imaginação tão fluída, adentrou em meu ser, como a gota de um orvalho a despir-se de uma flor, e assim adentrando em meu ímpeto fui transformando lembranças ainda não vividas neste corpo por sensações vividas de momentos mágicos.
Sublime acreditar que somos capazes de sonhar um mesmo momento, permitindo uma conexão em perfeito sintonia- diria até: pura sinestesia! E assim desmistificamos as leis fisio-químicas, transformando uma mistura sólida líquida numa única gasosa, nos encontrando pelos olhos que nem mesmo o mundo é capaz de ver, mas que nosso interno ser é capaz de compreender, fazendo nossos desejos tornarem-se vivos -como se corpóreos fôssemos no exato momento que fechamos os olhos que nos impedem de enxergarmos  o outro.
Que mágico! Nosso olhares se entrelaçam no infinito de nossa capacidade de criar, fazendo-nos despir deste corpo que vos fala, deixa-nos nus até mesmo de alma, sendo transparente e compartilhando nossos mais secretos ensejos de queremos simplesmente um forte abraço. Ah...um abraço sentido mais forte que a força de nossos braços possam conseguir, na necessária força que nossos corações precisam para ter um só compasso.
Neste momento, respiramos fundo, para não descontrolarmos nossa sintonia, é tão forte e tão sublime, que qualquer ato fugaz nos distancia, pois precisamos encontrar a sensibilidade de cada parte que nosso corpo precisa ter pra transcender e nos permitir estarmos juntos quando nossas mãos ainda estão impossibilitadas de tocar um ao outro.
Sim...dizemos um sim ao encontro de nossos pensamentos, e vivemos da mágica aquilo que muitas vezes, nossos corpos físicos não conseguiram sentir tantas outras, e por isso temos a certeza, que não precisamos de condutas convencionais para sentir um real desejo da alma. É tão puro, que a avassaladora busca sem procura, nos fez o encontro de um só.
E neste encontro tão cálido, já respiramos profundamente, diversas vezes, e num caminho reverso, já nos encontramos da forma mais sublime possível, e por uma necessidade de nossas almas, e não de nossos corpos, queremos nos solidificar novamente, voltando a ser exatamente eu e você, e alimentados dos mais imaginários reais pensamentos, poderemos ter agora, neste momento, um real imaginário beijo, como nunca antes vivido!

domingo, 9 de outubro de 2011

A chuva...



Um chuva caindo
Uma música ainda não escutada
Um alguém que nem mesmo toquei
E a certeza de que tua pele
É tão peculiar e conhecida pela minha
E a chuva continua a cair
Fazendo-me não conseguir comparar
O que poderia ser semelhante
 Sensação das gotas de chuva a cair
Escorrendo por minha pele
Fazendo-me arrepiar a alma
Ao conseguir sonhar
Com a água da chuva a nos banhar
Numa noite estrelada
Iluminada por uma lua cheia
Sentindo a brisa do mar a nos tocar
E num abraço forte me compadecer
Ao compasso de tua respiração
Fazendo a minha mudar o rumo
E chegar aí...
Exatamente onde eu não posso ir!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Uma cama e uma coberta, você e eu



Quantos risos nesta cama
Ou seria aí? Em sua cama?
Seria aqui em minha coberta?
Ou seria minha coberta bem aí?
Confesso que suspiros de imaginação
Combinaram para nos mostrar
O que o tempo é capaz de fazer
E o quão a distância é insignificante
Dois corpos em suas camas
Dois abraços em seus travesseiros
Uma coberta de criatividade a nos unir
Ah...se estivéssemos próximos
Próximos  seríamos ainda assim?
Tamanha magia não nos inebriaria
Mas, quando a realidade nos circundasse
O que nos aconteceria?
Saberíamos exatamente...
Onde colocar os travesseiros e o cobertor
“A critério seu” e a “desejo meu”
Entenderíamos com a sensibilidade
O que nossos braços não soubessem conduzir
E ao fechar os olhos, eu que diria:
-“Como assim?”
Chegou tão perto de mim?!
E você silenciaria abraçando-me,
Sussurrando apenas:

-“Obrigado”!